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Você já viu uma grande ideia não sair do papel, ou quando saiu já não era mais uma grande ideia? Muitas vezes em um processo criativo surgem milhares de insights e destes nascem produtos ou serviços com potencial de sucesso. Mas isto nem sempre garante que as coisas irão adiante.

A velocidade de implementação de uma ideia depende diretamente da cultura organizacional onde ela está sendo gerada. Grandes ideias podem ser colocadas de lado apenas porque as barreiras internas são mais fortes e resistentes que a vontade de se fazer algo novo. Vou dar um exemplo. A equipe de desenvolvimento, durante uma reunião de rotina, tem uma ideia incrível que pode revolucionar o mercado atendendo uma demanda dos clientes até o momento desconhecida. Para executá-la deve existir uma grande cooperação e sinergia entre áreas. Um protótipo deve ser construído, análises de legislação são necessárias, além de uma revisão em processos de logística e pós-vendas. E, nessa altura começa o problema. Surgem os entraves. A área responsável por protótipos está sobrecarregada. A empresa não tem um especialista nesta legislação específica o que implica na contratação de um serviço externo. Logística vê a nova ideia como muito ousada e com certos riscos. Muitas reuniões são agendadas e realizadas para debater o tema.

O tempo passa. Na verdade, o tempo voa. A grande ideia esbarra em vários empecilhos, e algo que poderia ser inovador passa a ser um problema. Quando isto acontece é natural que as pessoas, principalmente aquelas envolvidas no desenvolvimento da ideia, se desmotivem e diminuam o entusiasmo. Passa o tempo até que a concorrência mais ágil lança o produto e faz sucesso. E assim acaba, mais uma vez, o ciclo de criatividade, de um modo frustrante. Mas qual seria o motivo pelo qual as organizações têm dificuldades em transformar grandes ideias em ação? Eu diria que a crença de que “devemos sempre produzir produtos ou serviços perfeitos” pode ser a principal causa disto.

Aceitar que as ideias inicialmente nem sempre serão perfeitas pode fazer com que ganhemos uma tremenda capacidade inovadora,  através da agilidade na tomada de decisão e efetividade na implementação de ações que farão com que o produto ou serviço uma vez lançado alcance o sucesso esperado.

Aceitar a imperfeição não significa deixar de lado a atenção em relação à qualidade ou excelência. Trata-se um processo onde valorizamos mais o aprendizado pela experiência. Quando entendemos que algo sempre poderá ser melhorado, seja uma inovação de curto ou médio prazo, isto faz com que as equipes e pessoas envolvidas libertem-se do que chamamos da síndrome do “medo de errar”.

Claro que isto não pode ser uma verdade em determinados casos. Seria inimaginável pensarmos, por exemplo, se a indústria aeronáutica pudesse aceitar a imperfeição. Quando o assunto envolve segurança das pessoas pensarmos em soluções perfeitas é uma boa ideia. Pense!