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Se você atua em uma empresa e é responsável por desenvolver pessoas. Você já sabe que os canais de aprendizado de cada um são diferentes, o que pode ser facilmente comprovado quando comparamos as gerações.

Allen Tough foi um educador e pesquisador canadense, professor emérito da Universidade de Toronto, que na década de 1970 identificou através de seus estudos que 70% dos projetos de aprendizagem eram gerados pelos próprios aprendizes. Os resultados de seu estudo foram publicados em livro emblemático “The Adult’s Learning Projects”. Anos depois, em 1996, Morgan Call, Robert Eichinger e Michael Lombardo, em um trabalho realizado para o Center for Creative Leardeship Institute da Carolina do Norte, EUA, estabeleceu o que conhecemos hoje como o efeito 70-20-10. O estudo mostrou que 70% das pessoas em processo de aprendizagem conseguiam desenvolver-se e aprender através da experiência prática. Somente 20% preferiam aprender com o apoio de outros, por exemplo, líderes ou pares. Apenas 10% optariam por treinamentos formais ou programas mais estruturados. Ou seja 90% das pessoas preferiam ter algum aprendizado, que podemos chamar de social. O interessante deste fato é que este estudo foi realizado há mais de vinte anos. Será que o conceito 70-20-10 ainda poderia ser considerado no mundo corporativo dominado pela geração “Y” e “Z”? 

Em uma pesquisa recente realizada pela consultoria Towards Maturity, chamada de “70+20+10=100 – The Evidence Behind the Numbers” foram entrevistados mais de 600 gestores de Treinamento e Desenvolvimento. Perguntados sobre a validade do conceito 70-20-10, 47% deles responderam fortemente acreditar que esta proporção continua válida. Entre as vantagens apontadas pelos líderes ao uso de um modelo semelhante a este em suas ações de desenvolvimento foram mencionados:

– atrair e reter talentos;

– desenvolver o negócio mais rapidamente;

– melhorar a motivação das equipes e liderança;

– aumentar a satisfação dos clientes.

A grande maioria também concorda que o foco do aprendizado mais prático, baseado em experiências e compartilhamentos, faz com que as pessoas aprendam mais rapidamente e produzam mudanças significativas nos comportamentos dos gestores. O que você acha disso? Pense.

Muitas vezes você sente que as horas passaram muito rápido e tem a sensação de ter perdido a noção em relação ao tempo. Pode ser que neste período você tenha se envolvido e praticado alguma habilidade muito específica e prazerosa. O tempo simplesmente voou, e o melhor, você poderia ter ficado ali, com foco total e mesmo assim estaria com muita energia. Isto explica porque muitas vezes podemos trabalhar em determinada atividade sem o menor cansaço ou estresse.

Um maratonista pode completar uma corrida de longa duração e, provavelmente ao final, estará esgotado fisicamente. Entretanto, se perguntarmos a ele ou ela qual a sensação naquele momento a resposta será a mesma: plenitude e satisfação.

O Prof. Mihaly Csíkszentmihályi, húngaro radicado nos Estados Unidos, é autor do conceito denominado FLOW. Sua teoria indica que as pessoas são mais felizes quando se encontram em estado de Fluxo, ou seja, momentos de alta concentração ou absorção total através de uma atividade.  O estado de Flow é considerado um estado ótimo de motivação intrinsica – onde uma pessoa é absorvida plenamente por aquilo que está fazendo. Mihaly descreve o Fluxo (Flow) como uma atividade que envolve plenamente a pessoa. Seu ego apenas descansa. O tempo voa. Cada ação ou movimento está em harmonia como se fosse uma música. O seu todo é envolvido e o uso de habilidades é latente.

E você já experimentou estados de Flow? Seja no trabalho, ou nos esportes, ou no aprendizado Anos atrás tive a oportunidade de conhecer pessoalmente o Prof. Mihaly, que atua hoje na Universidade de Claremont na Califórnia, com foco em estudos voltados ao entendimento do conceito felicidade e da aplicação prática da Psicologia Positiva.

Para entender melhor sobre este tema eu recomendo a leitura do livro Flow: A psicologia do alto desempenho e da felicidade (Editora Objetiva).